Sabe aquela expressão de “ir ao boteco e jogar ‘conversa
fora’”? A Saideira brinca com esse
fato quase rotineiro que pode se tornar palco de uma grande discussão. Baseado
em um conto homônimo de André Calazans, o curta mostra como simples perguntas
em mesa de bar podem abrir margem para divergências e mexer com sentimento mal
resolvido.
A produção, dirigida em 2008 pelo estudante Diego Cavalcante - do curso de
Realização Audiovisual da Unisinos de São Leopoldo, mostra dois amigos que se
encontram em um bar. O modo de se tratarem aparenta uma relação respeitosa que,
no transcorrer, degringola para a intimidade (indesejada, diga-se). A prosa
inicia-se no futebol. Apesar das divergências relevam-se os posicionamentos
para dar início a uma conversa mais pessoal, o trabalho. Os contrapontos, agora
mais nítidos, começam a criar um mal estar que se encerrariam não fosse “mais
uma dose”, pedida ao garçom. Perguntar não ofende, de acordo com um dito
popular, embora indagar como vai a esposa de um dos rapazes descambou o diálogo
para revelações de infidelidade de ambas as partes gerando tensão que só assistindo
para saber o final da história. A televisão ligada no começo dá pistas de como
o curta vai terminar. Fica a dica!
Para quem lê o conto fica a impressão de que a maneira como
desenrola os diálogos poderia ter sido outro, a despeito da
qualidade interpretativa. A ideia passada, entretanto, não fica prejudicada
apresentando como coisas simples do cotidiano podem ganhar proporções
inesperadas. Para quem quiser conhecer o conto original, vai o link: http://www.gargantadaserpente.com/coral/contos/ac_saideira.shtml.
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