terça-feira, 25 de setembro de 2012

ROTA



Rota é mais um curta produzido por alguns dos integrantes do blog, alunos do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Alagoas. É um filme de David Lucena, Isadora Machado e Rhamayana Barreto.

A personagem do curta, que também é a narradora, tenta entender a “rota” da vida, os detalhes, a importância de pequenas e grandes decisões. Ela também parece um pouco impressionada com a dimensão da existência e das escolhas feitas, pensando nos milhões de rumos que sua vida poderia ter tomado.

No decorrer do filme, os mais diversos sentimentos e pensamentos me tocaram. Parei para refletir sobre o valor de uma vida, mais especificamente da minha. O que teria acontecido se algumas coisas tivessem sido diferentes? Se eu tivesse escolhido uma outra profissão? Um outro rumo? Esses momentos de dúvidas, essas “crises de identidade”, pairam sempre pela mente do ser humano, e é disso que o filme fala, do acaso, do “se”, é isso que ele quer retratar.

O texto do filme é muito interessante e aborda muitas de nossas dúvidas a respeito do que poderíamos ter sido, o que poderíamos ter sentido se pequenos ou grandes detalhes fossem alterados em nossas vidas, como o simples fato de ter nascido em um bairro diferente.

A fotografia é outro ponto forte do curta. Gosto muito de imagens chuvosas, apesar de elas serem bastante nostálgicas. O filme tem uma “beleza triste”, mas que ainda assim, merece ser apreciada. 

Liberdades



Um pássaro que voa sob a luz da lua cheia. Sem parar de cantar, o pássaro voa. É a liberdade. Ou freiheit, em alemão, que deu origem ao título deste curta-metragem dirigido por George Lucas em 1966, quando ele ainda estudava cinema na University of Southern California.

O filme conta a história de um jovem que corre para tentar atravessar a fronteira da Alemanha dividida pelos regimes capitalista e comunista. O diretor, que ganharia fama e reconhecimento mundial anos mais tarde com a premiada saga Guerra nas Estrelas (Star Wars), parte de um filme político para falar, no fundo, sobre liberdades.

Não se trata apenas de liberdade política, de manifestar uma opinião. Mas da natureza libertária do homem. Em uma cena, a câmera enquadra o protagonista enquanto se ouve o canto dos pássaros, opondo o bicho livre ao homem preso.

E é por esta liberdade que o personagem corre. Sem medo de morrer. Afinal, como diz o próprio narrador, “sem liberdade, o homem não pode viver plenamente. Está na sua natureza ser livre”, fala ao narrador, que deixa-nos com a lição: “Vale a pena morrer pela liberdade, pois sem ela já estamos mortos”.

Enquete: Estamos Todos Bem

Fizemos uma enquete em nossa página no facebook para decidir qual seria o próximo curta a ser analisado aqui no blog. Por sete votos a um, o vencedor foi "Estamos todos bem", uma comédia sobre uma jovem no Afeganistão. O filme foi produzido por alunos da Universidade Federal de Pernambuco. Bom curta e boa leitura.



Hoje é bem mais fácil dizer 'só vendo para acreditar'. Com todas as ferramentas oferecidas pela tecnologia da informação e a dinâmica da cibercultura, é possível que um fato seja comprovado até mesmo sem precisar estar lá, através de qualquer emissor da informação.

Um videochat, video log ou algo do tipo podem ser muito mais atrativos - mesmo que não seja de uma fonte confiável - que um texto, mesmo que este seja verídico.

Imagine como é estar no Afeganistão - no auge de seus conflitos - e dizer que está tudo bem, só pra tranquilizar sua mãe? Imagine, também, como mostrar que está tudo bem? Alice passa por essa situação. Através de um vídeo, ela tenta contra para sua mãe como está sendo sua primeira semana em Cabul.

Será que a tal aproximação entre pessoas, possibilitada pela cibercultura, será um fator que ajudará no 'diário de bordo' de Alice?

'Estamos Todos Bem' é um curta produzido pelos alunos da disciplina 'Direção e Estilo' da Universidade Federal de Pernambuco.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Estrela Radiosa

Em alguns casos, anos e anos são precisos para se criar um sentimento de paixão por sua própria terra. Nesses casos, além da paixão, é preciso também a preservação e o conhecimento da história do local onde se vive.
 
Em um dos estados com maior índice de analfabetismo e pior desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica do país, a maioria da população não conhece sua própria história. Para piorar a situação, não existem ações e políticas para reverter essa situação.
 
'Estrela Radiosa' é um curta universitário que mostra o quanto a história de Alagoas está apagada. Filmado em 2010, durante o desfile cívico em homenagem aos 193 anos da emancipação política de Alagoas, o curta revela a inversão de valores durante uma homenagem à sua terra. Onde deveria existir conhecimento e respeito, existiam espectadores aproveitando mais um feriado para se esbaldarem em ignorância e até mesmo, devassidão. A cultura do pão e circo acima da verdadeira honra às raízes e suas mais remotas tradições.
 
O evento, que a princípio era uma homenagem ao alagoano dicionarista Aurélio Buarque de Holanda , levou às ruas centenas de estudantes - da rede de ensino público – semi-nus para um show de exibicionismo em plena Avenida da Paz.
 
De uma forma cômica, Estrela Radiosa é mais uma crítica ao nível da educação pública do estado, que pode até não ter condições de oferecer um dos melhores sistemas de ensino, mas, com certeza, é um dos melhores espetáculos de violência moral ao ar livre e em alguns casos, apoiados pela própria instituição de ensino.


Tom e Elis Desafinados



“É Pau é Pedra é o fim do caminho...”. Completa aí o resto. “...É um caco de vidro, é a vida é o sol é a noite é a morte é o laço é o anzol...”. Quem sabe assim a gente começa uma conversa interessante como os personagens do curta Desafinados, produzido pelos estudantes da Universidade de Santa Cruz do Sul (RS). O trabalho foi selecionado como o melhor Curta-Ficção no 11° Vide Vídeo – Mostra de Cinema Universitário da UFRJ, pelo júri popular.

Poucos os lugares conseguem ser tão baixo astral quanto uma rodoviária. Ônibus indo de um lado para o outro, malas e um monte de gente que você nunca viu com feições deprimentes, como alguém que acabou de assistir uma aula de química e descobrir que a fórmula da amoxicilina sódica é C16H18N3NaO5S.

Para quem não entendeu: Vários rostos “Blasé”.

No popular: gente feia.

Pois é nesse lugar que se passa o curta. Sentados no mesmo banco, os personagens esperam seus respectivos ônibus quando ela decide romper o silêncio cantarolando Águas de Março. Ele a acompanha e assim o apático terminal rodoviário se torna lugar para um bate-papo entrosado entre duas pessoas que não se conhecem mas que parecem se combinar como um dueto entre Tom e Elis.

domingo, 23 de setembro de 2012

Você conhece a história de Martin?


Uma história de autoajuda e crítica disfarçada de comédia romântica. Essa é a definição que mais se encaixa com o enredo do curta "Máquina de Sorvetes" do estudante da Faculdade de Artes do Paraná, Christopher Faust. 

"Máquina de Sorvetes" conta a história de Martin (Rafael Andrés Pittaluga), que há um ano trabalha com uma máquina expressa de sorvetes em frente a um mercadinho e, desde então, está apaixonado pela garçonete que trabalha na lanchonete do outro lado da rua, com quem nunca trocou uma palavra. Então, com a ajuda de uma garota asiática (Karen Shimabukuro), Martin finalmente cria coragem e vai falar com sua amada Sofia (Manoela Militão).


À primeira vista, o filme parece contar uma história bem morna sobre duas pessoas que se amam, mas nenhuma das duas tem coragem de se aproximar do(a) amado(a). Porém, vendo o filme um pouco mais a fundo, percebe-se que sua história um tanto exagerada e forçadamente cômica tem um ar de crítica às fórmulas consagradas das comédias românticas. Tanto que os flashbacks e o desafio que o cavalheiro tem que enfrentar para ficar com a mocinha, cenas tão batidas nos filmes do gênero, além de estarem presentes no filme, são levados ao ridículo.

Um outro aspecto do filme é da mensagem de autoajuda que ele passa a quem o assiste. Parafraseando a sinopse acima, "Máquinas de Sorvetes" conta a história de um rapaz totalmente desprovido de autoestima que se contenta em passar o dia observando sua amada já que não acredita ser capaz de conquistá-la. Até que um dia toma coragem e percebe que, se hesitasse um pouco mais, nunca teria sua amada em seus braços.

O que fica para quem assiste é o lembrete de que se deve tentar conquistar seus objetivos sempre, mesmo que haja a possibilidade de fracasso, antes que seja tarde demais. Além disso, ao vencer o "desafio", Martin prova que a inteligência e o amor conseguem vencer facilmente a riqueza e o poder.

"Máquina de Sorvetes" é um bom filme para passar o tempo, em que suas entrelinhas são facilmente lidas e não cansam nem confundem quem assiste ao filme. O destaque é para o personagem da garota asiática, que rouba a cena e acaba sendo uma coadjuvante muito mais interessante que o elenco principal.  

sábado, 22 de setembro de 2012

Beethoven na Farra da Ana - Do pop ao doc.


No curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), muitos curtas já foram produzidos. Alguns deles, inclusive, foram produzidos por integrantes do blog Discurta, que também são alunos do curso de jornalismo da UFAL.

Beethoven na Farra da Ana - Do pop ao doc. é um filme de David Lucena, Isadora Machado, Lucas Almeida, Marcos Moreira e Rhamayana Barreto. Este documentário foi exibido no II Festival de Estética da Comunicação – II FEstA do COS.

O filme traz a tona a discussão a respeito do gosto musical. Será que existe um padrão para uma boa música? Ou o gosto é subjetivo? Ao mesmo tempo em que existem amantes da música clássica, como as de Beethoven, também têm os que amam as músicas mais “populares”, como as da banda Tarraxinha. E algumas vezes é possível encontrar até os que amam ambos os tipos.

A proposta deste curta é abordar a arte, mas de uma forma diferente, mais descontraída. Foram entrevistados professores doutores universitários, estudantes, carnavalescos, artistas, pessoas comuns, onde se obteve as mais diversas opiniões a respeito da arte. Já na trilha sonora, percebe-se a diversidade cultural. A estética e a semiótica também estão muito presentes.

Beethoven na Farra da Ana - Do pop ao doc, é um documentário de baixo custo, feito com câmeras amadoras e montado com base nas entrevistas das mais diversas pessoas.